O carnaval e o crente

O carnaval é uma festa realmente fascinante. As escolas de samba preparem-se o ano todo, ensaiam para que tudo saia perfeito, dedicam boa parte de seu tempo nisso e sonham com o resultado.

No dia do desfile eles começam tudo adiantado, preocupam-se com cada detalhe, deixam tudo preparado e, no momento exato, eles entram na avenida. A partir daí a alegria toma conta de seus corações e eles aproveitam a festa. Pelo menos é assim que a mídia nos vende o que acontece.

Durante o desfile tudo tem que estar perfeito, o compasso da bateria, a harmonia, o mestre sala e a porta bandeira, o figurino, enredo, tudo tem que ser executado com maestria.

Tenho alguns amigos que jogam futebol amador e levam isso a sério. Jogam mais de uma vez por semana, treinam constantemente com seus times e conversam várias vezes por semana sobre o assunto.

Nos jogos passam o dia se preparando, pensando em como vai ser, torcendo para que tudo dê certo. Compram uniformes, lavam, cuidam de suas chuteiras com o devido empenho e, no dia do jogo, tudo está perfeito. O empenho anterior tem o seu reflexo e eles amam o que fazem.

Lembro-me também que, em outros tempos, quando ia sair com os amigos, a nossa noite começava muito mais cedo. Sempre tomava um ótimo banho, escolhia a melhor roupa e, caso não tivesse uma que fosse legal, comprava ou procurava entre os amigos uma que ficasse perfeita para a ocasião.

Não me preocupava muito com o quanto gastava e trabalhava para que tudo saísse perfeito, para que a noite fosse o mais agradável possível. O investimento para isso não era pouco.

Quando faço um paralelo com o que acontece na minha vida como cristão, vejo que tenho alguns problemas.

Acredito que eu não dê a devida importância para o culto. Comumente estou atrasado ou saindo de casa em cima da hora. Não dou a menor importância para o horário. Não me preocupo, durante a semana, em orar para que seja um culto abençoado e nem me lembro muito de que o próprio Deus irá me acompanhar e estará lá comigo.

O cuidado prévio necessário de dormir o suficiente para estar acordado e disposto durante a Palavra acontece muito raramente. Chegar mais cedo para ajudar no que for necessário ou apenas orar é um sonho distante.

É comum não prestar a devida atenção ao que o pastor está falando e me distrair com uma infinidade de outras coisas. O momento da oferta é perfeito para ir ao banheiro, beber água ou fazer qualquer outra coisa que não seja honrar àquEle que merece todo louvor com as finanças que Ele mesmo me deu para administrar.

O doloroso momento da ministração da Palavra é cansativo e desanimador, então o desejo de que aquela tortura acabe logo aparece nos primeiros minutos.

Concluo que dou muito menos importância para o culto ao meu Deus do que dava à noite com os amigos, ao carnaval ou ao futebol.

Tem algo muito errado comigo, ainda bem que isso não acontece com você, não é leitor?

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Paz, nos vemos no próximo culto.


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