Estudo de Gálatas – Capítulo 5

Em Gálatas 5, começamos a estudar a parte um pouco mais prática da carta. Este é um capítulo incrível, sobre o qual poderíamos falar por muito tempo.

Os assuntos abordados neste capítulo são os seguintes:

  • A justificação pela lei nos separa de Cristo (1 a 6)
  • Nota sobre aqueles que estão tentando judaizar a igreja (7 a 12)
  • Amem uns aos outros (13 a 15)
  • A carne luta contra o Espírito (16 a 21)
  • O fruto do Espírito (22 a 26)

Vou abordar a maior parte destes assuntos.

Vídeo do estudo de Gálatas 5

A lei nos separa de Cristo

Paulo começa esse trecho da carta falando que, quem segue parte da lei para se justificar, precisa seguir toda ela:

“E, de novo, protesto a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.
Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.”

Gálatas 5:3,4

O apóstolo aqui está afirmando que quem decide tentar se justificar pela lei, pelas suas próprias obras, está separado de Cristo. Jesus morreu para pagar o preço exigido pelos nossos pecados, o preço já foi pago. Não existe nada que precisemos ou que consigamos fazer para ser justificados diante de Deus. Quem fez essa obra foi Cristo e Ele é o único que poderia pagar esse preço, uma vez que viveu uma vida perfeitamente santa.

Se tentamos nos tornar justos diante de Deus pela lei, pelas nossas obras, por aquilo que nós mesmos fazemos, caímos da graça. Isso quer dizer que abrimos mão da graça que Deus liberou para nossas vidas, para vivermos tentando nos tornar pessoas justas diante de Deus pela força do nosso braço.

Na minha opinião, essa cilada que os cristãos da Galácia caíram é compreensível. É muito mais agradável para nossa mente, satisfaz mais o nosso deturpado senso de justiça que façamos algo para sermos aceitos como justos diante de Deus.

Até hoje isso acontece. Muitas pessoas acreditam que precisam pagar algum tipo de preço para que se tornem justas. Seja um tipo de obra, um valor financeiro, um certo costume ou qualquer coisa do tipo. Um exemplo disso são as ofertas. É bom ofertar? Com certeza absoluta, é algo bíblico, que todo cristão deve fazer. Porém, se o nosso coração ao ofertarmos é o de estarmos fazendo algo bom, mostrando como nossa atitude é muito boa, como somos pessoas puras e santas pois estamos entregando nossa oferta, creio eu que isso seja muito mais uma obra da carne do que que uma obra do Espírito.

O que quero dizer é que mesmo coisas boas podem ser usadas com a intenção errada, para tentarmos nos tornar pessoas justas diante de Deus. Não vamos nos justificar pelas nossas obras ou pela lei. Somos justificados diante de Deus pela fé, e isso é graça de Deus sobre nossas vidas. Não precisamos fazer nada para sermos amados por Deus. Tudo o que basta é que tenhamos fé que Cristo morreu por nós na cruz e ressuscitou ao terceiro dia.

Amem uns aos outros

Paulo então, assim como Cristo fez em Mateus 22:39, diz:

“Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Gálatas 5:14

Todas as ordenanças da lei, das mais simples até as mais estranhas para nossa cultura ou as mais difíceis de entendermos se resumem simplesmente em amarmos o nosso próximo como nós amamos a nós mesmos. Não temos que seguir a lei, temos que amar as pessoas, todas elas.

O argumento que Paulo está construindo aqui não é que devemos amar as pessoas para sermos justificados, mas que devemos amar as pessoas pois somos justificados. Não devemos fazer a vontade de Deus para nos tornarmos pessoas boas diante dEle, fazemos a vontade de Deus pois Ele nos justificou em Cristo.

O que Paulo está dizendo é que as coisas se invertem: não é nossa obra, não é por algo que nós façamos. É por que Ele fez.

Acontece que esse tipo de pensamento é incoerente para nós. Fomos criados e aprendemos a vida toda que se fazemos algo de bom, ganhamos algo de bom, se fazemos algo de ruim, sofremos as consequências daquela atitude. É assim no nosso trabalho, na nossa vida acadêmica e em outras áreas. Por isso é que muitas vezes tentamos fazer algo para que sejamos aceitos por Deus, para que Ele olhe para nós e nos veja como pessoas boas.

Porém, com Deus, não é assim que as coisas acontecem. Por conta de nossa natureza caída, vinda de Adão, não existe possibilidade de Deus olhar para nós e nos ver como pessoas boas. Isso só acontece através de Cristo, se tivermos fé nEle. É uma obra de Deus, para Deus.

A luta da carne contra o Espírito

Em seguida Paulo fala sobre a luta da carne contra o Espírito:

“Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.”

Gálatas 5:16-18

Aqui, além de estar falando sobre o quanto nossa carne nos inclina para o pecado, dando inclusive uma lista de pecados da carne, Paulo também está falando sobre como a nossa carne se inclina para as obras. Nós queremos fazer as obras para sermos aceitos, esse é o desejo da nossa carne.

Quando fazemos isso, quando nos inclinamos para as obras, para que sejamos aceitos, estamos deixando de andar no Espírito. Logo, a consequência disso, é uma vida de pecados, como alguns que Paulo citou.

A nossa carne não gera bons frutos, a nossa carne gera pecado e afastamento do Espírito Santo. É por isso que Paulo fala tantas vezes em suas cartas sobre andarmos no Espírito, para que nós não nos sujeitemos à carne.

Também entendemos, ao longo do texto, principalmente no verso 18, que as duas não podem conviver, são excludentes. Se vivemos na carne, não vivemos no Espírito. Se vivemos no Espírito, não vivemos na carne. Como eu já disse anteriormente nesse estudo, não temos como viver um pouco dos dois. Ou vivemos servindo ao Senhor, nos entregando em fé, aceitando o sacrifício de Cristo, ou vivemos tentando satisfazer a justiça de Deus com as nossas obras.

O fruto do Espírito

Paulo contrasta a vida na carne com o fruto do Espírito, ou seja, as atitudes que o Espírito gera em nós, que se manifestam em nossas vidas quando aceitamos em fé o sacrifício de Cristo:

Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.

Gálatas 5:22-24

Ele afirma que, contra a vida no Espírito, não há lei. Ou seja, a lei não faz sentido para os que andam no Espírito, para os que crucificaram a carne e agora vivem uma nova vida.

Note que, mesmo advogando que a lei não tem poder para nos justificar, Paulo lista algumas atitudes, quase algumas obras, que devemos fazer. Por exemplo, quando fala sobre temperança e bondade, poderíamos interpretar isso como obras que deveríamos cumprir.

A questão aqui é que este fruto do Espírito, e as obras decorrentes dele, não são a causa da nossa justificação, mas o efeito dela. Somos justificados pela fé, e pela fé somente. Quando essa fé, através do Espírito Santo, se manifesta em nossas vidas, vai se manifestar, dentre outras formas, através de atitudes de paz, atitudes de amor para com nosso próximo, atitudes de bondade e assim por diante.

A reflexão que fica para nós aqui é: quais atitudes temos visto em nossas vidas? Temos visto o fruto do Espírito ou os frutos da carne? Essa é uma reflexão fundamental para nossas vidas.

Desafios do capítulo

  • Leia este capítulo novamente após o término do estudo deste conteúdo que coloquei aqui. Tente notar a diferença entre sua primeira e sua segunda leituras;
  • Deixe seu comentário dizendo o que mais lhe chamou a atenção nesse capítulo;
  • Ore agradecendo a Deus por ter feito todo o trabalho para que fôssemos justificados.

Paz.


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