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Estudo do livro de Tiago – Capítulo 5

O capítulo 5 encerra o livro de Tiago com mais uma série de instruções para as igrejas. De maneira muito direta podemos aprender muito com este capítulo.

O capítulo trata dos seguintes assuntos:

Vamos abordar alguns deles no estudo de hoje.

Vídeo do estudo

Riqueza e ganância

Tiago começa esta parte da carta falando sobre como a riqueza dos ricos traria condenação para eles:

“Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Deliciosamente, vivestes sobre a terra, e vos deleitastes, e cevastes o vosso coração, como num dia de matança.”

Tiago 5:4,5

Um ponto importante a se notar aqui, e que se conecta com o restante da Palavra, é que o problema não era a riqueza em si, mas o fato de ter sido adquirida de maneira indevida (usurpando do direito dos trabalhadores) e usada apenas para o próprio desejo.

Existiam, como vimos, por exemplo, no estudo de Atos 16, cristãos ricos e justos. Logo, o fato de serem ricos não representava o problema que leva Tiago a condená-los. A riqueza conseguida de maneira injusta e usada para fins injustos é que os levou a essa condenação.

O ensinamento para nós, mais uma vez, é claro: devemos entregar toda nossa vida ao Senhor. Isso inclui nossa vida financeira, tanto na maneira como ganhamos nosso rendimento, como na maneira como o usamos.

A proximidade da volta do Senhor

Acho importante ressaltar também que Tiago cita que a volta do Senhor estava próxima:

“Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já a vinda do Senhor está próxima.”

Tiago 5:7,8

Muitos contemporâneos de Tiago criam que Jesus voltaria ainda enquanto eles estivessem em vida. Essa é uma das possibilidades destas palavras terem sido usadas por Tiago. No estudo que fizemos de 1 Tessalonicenses e 2 Tessalonicenses, vemos que isso é uma verdade para as igrejas daquele tempo;

O que importa aqui é que não sabemos o dia da volta do Senhor, por isso devemos viver nossas vidas como ele se ele voltasse ainda hoje. Quando temos a mentalidade da urgência da volta de Cristo, nos lembramos que tudo o que fazemos deve ser feito para a glória dEle.

Palavra e atitude

Tiago também fala sobre a questão de como nossas palavras devem estar alinhadas com nossas atitudes:

“Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim e não, não, para que não caiais em condenação.”

Tiago 5:12

Essa é mais uma instrução direta para nós: cristãos devem manter a coerência entre o discurso e a ação. Essa é uma forma poderosa de darmos testemunho de Cristo para o mundo. Quando dizemos que amamos as pessoas mas não temos ações que comprovem isso, nossas palavras são vazias de verdade. Tiago já passou perto deste assunto no capítulo 2, quando falou sobre a fé viva e a fé morta.

Aqui, como nos outros assuntos deste capítulo, vale a autoanálise: minhas ações estão alinhadas com as minhas palavras?

A oração por cura

Além destes outros assuntos, Tiago nos dá uma lição sobre a questão da oração:

“Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.”

Tiago 5:17

Ao falar sobre a necessidade da oração para a cura, Tiago nos lembra que Elias era homem como nós e a oração dele parou as chuvas por mais de três anos.

O ponto de reflexão aqui é que muitas vezes acreditamos que seja necessário um certo nível de perfeição cristã, de santidade ou de entrega para que nossas orações sejam atendidas ou para que os milagres aconteçam. Quando fazemos isso, transferimos o mérito do resultado da oração para nós, como se, pela nossa santidade, pelo nosso esforço, pelo nosso conhecimento ou algo do tipo, Deus atendesse às nossas orações.

Deus não atende nossas orações por sermos santos ou por sermos bons cristãos. Deus atende nossas orações pela Sua graça, apesar das nossas falhas. Tiago está nos ensinando aqui que a resposta da oração não é mérito nosso, mas sim do Senhor.

A mensagem mais importante desse trecho da carta, na minha opinião, é: orem com fé, pois Deus, apesar das nossas falhas, tem poder para curar.

Nota: não encontramos relato bíblico no velho testamento sobre estas orações de Elias. Tiago pode ter mencionado isso por tradição, inferência ou por algum conhecimento que não chegou até nós na Palavra.

O término da carta

Tiago, na minha interpretação, diferentemente de Paulo, termina a carta de maneira abrupta, sem uma saudação final.

Na interpretação de alguns teólogos, Tiago inclui neste capítulo todos os elementos de fechamento de uma carta comum dos judeus daquele tempo, porém de maneira diferenciada. Para essa interpretação, levam em consideração uma série sem fim de aspectos da carta, num nível elevado de interpretação da Palavra (hermenêutica).

A carta de Tiago é uma carta simples, com aplicações bem práticas. Mesmo os teólogos que mais se debruçaram sobre ela, fazendo estudos muito completos, não tiveram outras grandes revelações além das que um leitor menos experiente teria. É uma carta proverbial, direta, cheia de ensinamentos importantes.

Não escrevo isso para diminuir o imenso trabalho hermenêutico de alguns teólogos. Esse trabalho é essencial e todos nós deveríamos nos preocupar com ele. Escrevo isso para incentivar você a estudar essa carta independente do seu nível de conhecimento. É uma carta poderosa para todas as pessoas, independente do quanto conheçam das escrituras.

Desafios do capítulo

Para o capítulo 5 de Tiago os desafios são os seguintes:

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