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Estudo de Romanos 3

Em Romanos 3 Paulo introduz a questão da lei e da fé, sobre como todos pecaram a carecem de justificação diante de Deus, que só acontece pela fé.

Neste capítulo, Paulo faz a transição da questão do pecado, que tratou nos primeiros dois capítulos, para a verdade de justificação pela fé, que vai falar nos próximos capítulos.

Podemos então, dessa forma, acompanhar o raciocínio do apóstolo de maneira bem simples.

O capítulo fala dos seguintes temas:

  • A vantagem do judeu (1 e 2)
  • A justiça de Deus (3 a 6)
  • Não há um justo sequer (7 a 12)
  • A lei não salva (13 a 20)
  • Justificação pela fé (21 a 26)
  • A lei é estabelecida pela fé (27 a 31)

Veremos alguns deles.

Vídeo do estudo

Não há um justo sequer

Continuando o assunto do pecado, Paulo afirma de maneira clara que não existe uma única pessoa que possa se declarar como justa, ou seja, uma pessoa que não tenha pecado:

“como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.”

Romanos 3:10-12

Após apresentar listas de pecados dos gentios, pecados dos judeus e falar que ambos, da mesma forma, são pecadores, Paulo conclui dizendo que “não há um justo, nem um sequer.”.

Aqui entendemos, de maneira muito simples, que justa é a pessoa que pode se apresentar diante de Deus sem ter pecado, sem ter cometido nenhum erro. Ou seja, claramente o argumento de Paulo é válido, pois todos nós, segundo as próprias escrituras, somos pecadores, merecíamos não a justiça, mas que Deus nos condenasse por conta dos nossos pecados.

A lei não salva

Paulo havia afirmado que todos pecaram. Porém, como poderia afirmar isso com tanta intensidade? A resposta está nos versículos 19 e 20:

“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.”

Romanos 3:19,20

Mesmo os judeus, que tinham o benefício de terem recebido a lei de Moisés, não eram justos. A lei demonstrava isso claramente.

Paulo diz aqui, em resumo que o que a lei diz, o diz para que “todo o mundo seja condenável diante de Deus”. Ou seja, ele está dizendo que lei veio para que o pecado ficasse evidente, uma vez que, sem lei, poderíamos até argumentar que não sabíamos que a desonra aos pais era errada, mas a lei declara:

“Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus, te ordenou”

Deuteronômio 5:16a

Sendo assim, a partir do momento que conheço a lei e que a lei me diz que a desonra aos pais é uma afronta contra o próprio Senhor, estou condenado ao desonrar meus pais.

Paulo já havia mostrado que os judeus, como um todo, estavam em pecado com seus argumentos no capítulo 2. Ele sela isso mostrando que é a própria lei quem evidencia essa condenação.

A justificação pela fé

Dado que todos pecaram pois a lei nos mostra isso, a solução para sermos justificados está na fé em Cristo, que pagou, de uma vez por todas o preço dos nossos pecados. Paulo então introduz aqui o assunto que vai tratar nos próximos capítulos, que é a justificação pela fé. Ele diz o seguinte:

“Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas, isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.”

Romanos 3:21,22

Só a fé em Cristo pode nos tornar justos diante de Deus. A lei evidencia o nosso pecado, coloca os nossos erros na luz. A fé que de Jesus é o Cristo, o filho unigênito do Pai, que veio ao mundo, viveu uma vida santa, morreu na cruz, derramou seu sangue para pagar o preço dos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia é o que faz com que não sejamos condenados.

Isso acontece por um motivo muito simples de entendermos e, ao mesmo tempo, muito profundo:

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.”

Romanos 3:24-26

Neste texto está a explicação da justificação pela fé. Vejamos:

  1. Somos justificados gratuitamente pela sua graça: ou seja, nada precisamos fazer e nem existe qualquer coisa que façamos para merecer;
  2. A redenção está em Cristo Jesus: é só através da fé em Cristo, não é pelas obras ou por qualquer outro meio;
  3. Foi Deus quem nos deu: a ação de enviar o Filho para pagar o preço dos nossos pecados foi orquestrada pelo Pai;
  4. É a justiça de Deus se cumprindo: a morte de Cristo cumpre a justiça de Deus, que requeria que sangue se derramasse para pagar o preço do pecado, ou seja, Deus não é injusto ao perdoar o pecador, pois o sangue precioso se derramou como pagamento do pecado;
  5. Ele é justo e justificador: o juiz, que é justo pois o preço foi pago, é também quem pagou o preço. É como se fôssemos acusados de roubo, condenados por um juiz a pagar uma alta fiança e devolver o dinheiro e, esse mesmo juiz, se dispõe a vender tudo o que tinha para pagar a nossa fiança. Ele é justo pois cumpriu a lei e é justificador pois foi quem pagou a fiança.

Por fim, Paulo pode então, categoricamente, dizer:

“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.”

Romanos 3:28

Não somos justificados pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus, e isso é graça de Deus sobre as nossas vidas, que nos julga de maneira perfeita e nos justifica para que sejamos absolvidos de todos os nossos pecados.

Argumentando contra os opositores

No começo do capítulo, Paulo aproveita para já deixar clara a sua posição em relação ao que seus opositores estavam dizendo.

Vemos que alguns judeus estavam dizendo que Paulo estava dizendo que deveríamos pecar, pois nosso pecado traz glória para Deus quando Ele nos condena:

“Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador? E por que não dizemos (como somos blasfemados, e como alguns dizem que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa.”

Romanos 3:7,8

O argumento daquelas pessoas era infundado, mas mesmo assim Paulo se dá ao trabalho de responder claramente que ele não estava defendendo uma vida de pecados, pelo contrário, estava dizendo que todos nós pecamos e que Deus cumpre a sua justiça ao nos condenar.

Ele queria mostrar que todos nós estamos, sem Cristo, encerrados debaixo do pecado. Mas as pessoas que eram contrárias a seu ministério tentavam mudar o sentido do que ele estava falando.

Como conclusão, referindo-se às pessoas que tentavam distorcer suas palavras, ele afirma: “a condenação desses é justa.”.


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