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Estudo de Gálatas – Capítulo 3

Bíblia sobre a mesa de madeira

No capítulo 3 de Gálatas vemos Paulo falando sobre como é impossível sermos justificados através da lei, comparando a lei com a fé de Abraão.

Os seguintes assuntos são tratados aqui em Gálatas 3:

Neste capítulo existem alguns conceitos muito importantes, que precisamos entender e vamos analisar com mais calma.

Vídeo do estudo de Gálatas 3

A insensatez dos Gálatas

“Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado? Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”

Gálatas 3:1,2

Como já falamos antes, alguns judeus convertidos estavam tentando fazer com que os cristãos gentios se circuncidassem e seguissem outros preceitos da lei.

Um dos argumentos que Paulo usa para mostrar o quanto isso era sem sentido, era justamente o fato de que eles não haviam precisado da circuncisão e de nenhuma ligação com a lei para receberem o Espírito. O simples fato de terem fé, de aceitarem que Jesus é o Cristo, que foi crucificado para pagar o preço dos pecados deles, foi suficiente para que eles recebessem o Espírito.

Receber o Espírito é algo muito importante, Ele é o penhor da nossa herança, como Paulo vai dizer na carta aos Efésios:

“em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.”

Efésios 1:13,14

Este argumento já deveria fazer com que estas igrejas percebessem que não era necessária nenhuma obra da lei para que eles fossem salvos.

A justificação

Para entendermos o argumento de Paulo, precisamos entender o que é a justificação e as referências que Paulo está fazendo aqui:

“Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.”

Gálatas 3:8

O que é justificação?

Diferentes linhas teológicas concordam que a justificação é o processo judicial pelo qual uma pessoa pecadora é declarada como justa diante de Deus.

Nós não somos justos, não somos pessoas dignas da presença do Senhor. Porém Cristo, com sua obra na cruz paga o preço requerido pelos nossos pecados e, através da fé nEle, recebemos o benefício da justificação.

Quando a escritura previu isso?

Paulo pode estar se referindo aqui a mais de um texto do pentateuco. A referência mais aceita é com o texto de Gênesis 12:3. Vou colocar os três primeiros versículos de Gênesis 12 apenas para dar mais contexto:

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”

Gênesis 12:1-3

Uma outra referência que é utilizada neste texto é a do capítulo 22, que fala justamente da fé necessária para a obediência e não das obras da lei:

“E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz.”

Gênesis 22:18

Note que Abraão não necessitou da circuncisão e de nenhuma lei cerimonial para ser justificado e receber a promessa. Ele simplesmente teve fé e obedeceu ao Senhor.

Fazendo esse paralelo com a vida de Abraão e com o penhor do Espírito, Paulo estava deixando muito claro para os Gálatas a insensatez de acreditarem que era necessária alguma obra de lei para que Eles fossem aceitos por Deus.

Por que a lei não justifica?

Paulo afirma que a lei não serve para justificar ninguém:

“E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé.”

Gálatas 3:11

Vamos encontrar a explicação disso nos versículos 17 e 18:

“Mas digo isto: que tendo sido o testamento anteriormente confirmado por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a abolir a promessa. Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus, pela promessa, a deu gratuitamente a Abraão.”

Gálatas 3:17,18

Note que a promessa de que as pessoas seriam abençoadas através dele, foi feita para Abraão, 430 anos antes da lei surgir. Quando a lei é dada para Moisés, não faz com que a promessa feita a Abraão seja invalidada, pois ela já havia sido feita.

Então, o argumento de Paulo fica claro: “é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus”. A justificação já havia sido declarada como um fruto da fé na vida de Abraão.

Para que serviu a lei?

A pergunta que fica no ar então é essa: ora, se a justificação é pela fé, para que serviu a lei? Paulo responde isso no versículo 19:

“Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.”

Gálatas 3:19

A lei foi dada por conta das nossas transgressões. Para que o pecado do homem ficasse evidente e nos conduzisse a Cristo.

Se não houvesse lei, não haveria pecado (vide Romanos 4:15), logo, a lei veio que os pecados da humanidade ficassem à mostra, se tornassem claros. Com isso, a declaração de que a lei nos conduz a Cristo fica mais fácil de ser entendida.

Filhos de Deus pela fé

Ao final do capítulo, Paulo começa a confortar a igreja, dizendo:

“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus;”

Gálatas 3:26

Através da fé nos tornamos filhos de Deus, um povo só, revestidos de Cristo, salvos, herdeiros da promessa junto com Abraão. Não é por obras da lei, mas pela fé em Cristo que somos justificados.

Isso faz com que entendamos que não somos dignos por conta daquilo que fazemos ou das nossas obras. Não nos tornamos justos por cumprirmos ritos e cerimônias. Somos justos pois cremos que Cristo morreu na cruz para pagar o preço dos nossos pecados.

Desafios do capítulo

Paz.

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